Invencível é o melhor filme não-animado que vi no cinema em 2025 até agora. Se o Oscar não fosse uma premiação tão fajuta, premiaria esta preciosidade audiovisual. Nele, o autista Austin é o narrador-personagem que conta a história de sua família, que não é muito convencional. Austin pode ser o narrador, mas o protagonista desta obra é o pai dele, Scott, interpretado pelo excelente Zachary Levi, que foi o protagonista de um dos melhores filmes de super-herói que eu já vi: Shazam (inclusive, vi no cinema duas vezes). Scott tem toda uma jornada do herói muito melhor que a do Shazam, passando por momentos terríveis, como o alcoolismo, e tendo uma bela redenção. Este longa-metragem é um drama com toques de comédia que me encantou demais. Uma das cenas que mais ri, e eu fui a pessoa que mais riu naquela sessão do cinema, foi a que o Scott pergunta se seu amigo imaginário é um deus e ele nega, foi um dos pontos altos desta obra-prima.
Outro ponto positivo é a Teresa, interpretada pela linda Meghann Fahy, que também protagonizou o muito bom Drop - Ameaça Anônima. Assim como o Zachary, ela é muito versátil em sua atuação, talvez até melhor que o ator, pois as personagens dela em ambos os filmes são completamente diferentes, não há nenhuma semelhança exceto ser mãe. A Teresa é uma boa mãe que sabe jogar videogame, o que lembra-me a minha genitora.
Por fim, quero destacar o perdão como argumento narrativo, e ponto central da trama de Scott, que funciona perfeitamente bem nesta história. O portador de autismo também é bem fiel ao que se vê em pessoas com esse transtorno.
Apesar de tudo disso, não é um filme perfeito, tem seus defeitos, como a trilha sonora, mas nada que estrague a experiência. O pior, mesmo, foi ter apenas uma semana de exibição nos cinemas de Salvador. Um filme de nível tão acima da média devia continuar em cartaz por mais tempo.