terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Acreditar no seu coração é a sua magia

Netflix
A animação japonesa em geral é espetacular, a técnica que os animadores do Japão utilizam é a melhor do mundo, sempre surpreendendo! Infelizmente, não é frequente que o roteiro me agrade. Desenhos populares como Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco nunca me despertaram grande interesse. Felizmente, tenho conhecido algumas séries animadas japonesas que são, sim, dignas de apreciar e divulgar, como a despretensiosa e absurdamente hilária One Punch Man, onde roteiro, animação e versão brasileira encaixam-se perfeitamente. Além de personagens carismáticos, como Saitama, um herói ingênuo e superforte, lembrou-me até uma versão adulta da Mônica de Maurício de Sousa. E todas essas qualidades do desenho do Homem de Um Soco Só também estão presentes em Little Witch Academia.

Fisgados

Conto inspirado pelo mito brasileiro Peixe dos olhos de fogo.

Eu e meu povo vivíamos em um lugar tranquilo e extremamente bonito. Nossas famílias eram alegres e felizes, tínhamos um grande espaço para vivermos e nos escondermos de possíveis predadores, era o paraíso. Isso até chegar criaturas que utilizam magia para nos atrair. Éramos fisgados pelo mal, perfurados nos lábios por armas que nunca antes tínhamos visto. Não havia uma boa alma que conseguia escapar do mal, adultos, velhos, crianças... todos mortos. O paraíso tinha virado um inferno, ninguém mais tinha esperança de uma vida melhor.

Até que chegou um forasteiro. Ele era parecido conosco, mas era maior e seus olhos pegavam fogo. Ele disse que se fizéssemos dele nosso líder, proteger-nos-ia de todo o mal. Assim fizemos e assim ele o fez. Nosso agora líder afugentava aquelas criaturas malignas e até comia algumas delas. Não era algo muito agradável de se ver, mas pelo menos tivemos nossa paz de volta. Infelizmente, por pouco tempo.

Nosso líder era reservado e preferia morar em uma caverna, longe de todos. Estranhamos, mas fazer o quê? Não era um preço alto a pagar pela paz. Mesmo assim, algumas de nossas crianças, com a curiosidade que lhes é natural, vez ou outra passava pela caverna, a espiar nosso líder. Sem problema, elas iam e voltavam de lá. Até que um dia, uma delas correu apavorada para onde eu e mais uns amigos estávamos reunidos.

- O que houve, pequena? perguntei.

- O nosso líder... Ele, ele...

E desabou em lágrimas.

Logo conseguimos acalmá-la um pouco e a infante contou sobre o regresso de nossa sentença e morte: o poder do líder havia se extinguido. Uma das criaturas foi à caverna e a criança estava lá e tudo ouvira. Ouvira a criatura tentar persuadir o líder a deixar as criaturas em paz e ainda disse morreriam de fome se não pudessem mais assassinar o meu povo. Foi aí que descobrimos que as criaturas eram verdadeiros monstros psicopatas, não bastavam nos matar asfixiados, também tinham o sadismo de nos devorar!

Justamente indignado, nosso líder gritou para a criatura: "Que morram todos!", mas ela não se intimidou. Travou uma luta com ele e fez com que o fogo de seus olhos se extinguisse! Derrotado, ele lamentou que precisaria de cem anos para voltar a ser nosso forte protetor. E foi aí que percebemos que não havia mais esperança...

Leitura Recomendada
Os peixes sentem dor?

sábado, 11 de novembro de 2017

Os Laços e as Lições da Turma da Mônica

É engraçado como a Turma da Mônica é o núcleo das criações de Maurício de Sousa que menos me agrada. Engraçado porque é o principal e mais famoso núcleo da MSP, mas seus quatro protagonistas são os personagens que menos aprecio dos vários criados pelo Maurício. Possuo grande carinho pelas Turmas do Chico Bento, do Astronauta e do Penadinho. Mas meu carinho por Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali é pequeno comparado com o por Do Contra, Louco, Denise, Franjinha, Xaveco, entre outros “secundários” da Turma da Mônica. Apesar disso, sempre li os quadrinhos dos quatro principais pela diversão das histórias, dos bons e inteligentes roteiros, da maravilhosa arte, não pelos personagens em si. Parando para pensar, um dos motivos por essa minha falta de apreço possa ser os defeitos em demasia que esses personagens têm, muito mais que os outros que mencionei acima. Não me agrada as histórias sobre o medo do banho do Cascão, a gulodice da Magali, a dislalia do Cebolinha ou o excesso de força – que deveria ser uma qualidade – da Mônica, por exemplo. Apesar disso, adorei os romances gráficos Laços e Lições, produzidos por Vitor Cafaggi e Lu Cafaggi.

Arquivo Pessoal

O Melhor da Humanidade

O que mais me encanta em Dr. Who é o fato da série, e o Doutor principalmente, tratar com um olhar tão sensível a humanidade. O Doutor é um alienígena, mas entende muito bem os humanos, porque uma ou mais pessoas tiveram a genialidade de transformar um velho e ranzinza professor de uma série da década de 1960 em algo mais... E esse algo é tão complexo que eu adiei por muito tempo a escrita deste texto. Mas resolvi ser mais sucinto, e escrever apenas uma introdução à humanidade presente em Dr. Who, a melhor metáfora sobre a vida humana em formato de série televisiva que já tive o prazer de apreciar.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Em Defesa de... O Sexto Doutor

Textos traduzidos do Destornillador Sonico. Os nomes (de usuário) em negrito são os das pessoas que fazem parte do destornilladorsonico.com.

Colin Baker como o Sexto Doutor
JaviVD

Outro dia, como dita o costume que adquiri ao passar dos meses de “whovianismo”, encontrava-me revendo as diferentes e mais notórias páginas da internet de notícias relacionadas à Doctor Who. Depois de ver vários textos, minha vista parou em um que me chamou a atenção. E isso é dizer pouco; na verdade, lê-lo doeu-me muito como fã tanto da série como de seus diferentes formatos no Universo Expandido. Tratava-se de uma entrevista na qual Colin Baker, o ator que interpretou o Doutor entre 1984 e 1986, expressava sua decepção pessoal com o fato de que haja uma percentagem considerável de seguidores da série que, não só o têm estereotipado como “a pior encarnação da história da série”, assim como chegam a não o reconhecer até o ponto de sua fase cair no esquecimento.

Acredito que seria uma informação bastante precisa dizer que alguém que se informe sobre a série quando tenha intenção de começá-la descobriria que, por clamor popular, Tom Baker e David Tennant são os dois melhores atores que já interpretaram o renegado Senhor do Tempo. Com um pouco mais de investigação descobrirão o outro lado da moeda, ou seja, os Doutores menos queridos pelo público em geral: Colin Baker e Sylvester McCoy. Desse modo, fecha-se o círculo vicioso de propagação “boca a boca” de ideias entre seguidores da série, que desgastaram a imagem dessas encarnações (além do predomínio da Série Atual sobre a Série Clássica). Já tratei em outro artigo a parte como para mim o segundo desses dois é a sua melhor e mais ambiciosa versão (digamos que minha favorita, não gosto de pôr uns acima de outros) fornecendo ao debate uma série de razões para justificar minha posição. Hoje, disponho-me a analisar brevemente o trabalho de Colin Baker em Doctor Who, já que penso que criticar algo ou alguém sem conhecer todos os fatos é uma das piores coisas que se pode fazer, seja na série ou em qualquer outro âmbito da vida.

terça-feira, 11 de julho de 2017

O Sétimo Doutor é muito mais que desvalorizado

Texto traduzido do Destornillador Sonico.

  


Tudo começou em 1987. A 23ª temporada, mais conhecida como O Julgamento de um Senhor do Tempo, encerrou a polêmica etapa de Colin Baker como o Sexto Doutor, sendo o primeiro e único ator na história da série a interpretar o Senhor do Tempo que foi despedido do papel (sem cena de regeneração). Foi talvez a época mais agitada da série; uma amálgama de diferentes fatores que foram o princípio do fim para a série clássica: pessoas dentro da BBC que não acreditavam na ficção científica e faziam roteiros de má qualidade. Tende-se a culpar o ator Colin Baker desse fracasso por ser a cara visível da série, mas a verdade é que ele extraía ouro dos roteiros que lhe davam. Não acredito que ninguém jamais se equivocará ao escolher um ator para interpretar o papel, mas esse tema merece outro artigo a parte.