quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Esperança

Outro dia, eu tive um sonho estranho.

Eu estava na casa de minha falecida avó, e creio que ela estava viva no meu sonho - ao menos, em minhas lembranças, ela sempre estará -, mas o estranho é que, na porta do quarto em que ela dormia, abriu-se um portal que levava ao que parecia outro universo, um de monstros. De lá, saiu um monstro que lembrava uma versão mais alta do Black Hat.

Black Hat

Junto com o monstro, uma cachorrinha também entrou na casa da minha vó. Ela ficou brincando com Kiki - uma cadela que existe fora dos sonhos, cuja tutora é minha mãe - enquanto o monstro conversava com a minha mãe. Eu não podia ouvir o que eles diziam, mas uma versão feminina e infantil do monstro, que eu identifiquei como a filha dele, veio até mim e disse que aquela cachorrinha tinha nascido errado. Nascido errado simplesmente porque ela era boa, e a mãe dela, assim como a maioria das criaturas daquele outro universo, eram más. Obviamente, fiquei intrigado, mas não me importei, porque achei a cachorrinha bem simpática e ela tinha se dado bem com Kiki.

Minha mãe aceitou adotar a cachorrinha, e o monstro e sua filha voltaram pelo portal de onde vieram, no que este sumiu após eles passarem. Outro detalhe estranho é que eu e minha mãe estávamos agora morando na casa de minha vó, mas isso só importa para a história porque, nessa realidade, os dias foram passando normais, como sempre passaram, com a única diferença é que agora havia duas cadelas nesse lar. Bem, não a única diferença... O portal de vez em quando abria e o monstro voltava a passar por ele para ver como estava a cachorrinha que ele tinha deixado para nós cuidarmos. No começo, não entendi por que ele fazia isso. Por que motivo uma criatura maligna estaria preocupada com um ser que ele considerava ter nascido errado? Mas, ao passar dos dias, eu fui percebendo uma alteração no olhar do monstro. Antes, a expressão de suas sobrancelhas era fria e irritadiça, mas logo mudou para uma mais bondosa e compreensível. Algo certamente estava mudando nele. Foi uma pena que eu tenha acordado nesse ponto.

Talvez eu tenha sonhado isso pela influência da ilustração abaixo que me marcou positivamente. Ela revela um monstro gentil que ajuda as pessoas a tirarem seu lixo. E isso implica em duas de minhas crenças: nem sempre o que aparenta ser um monstro, é de fato um, e que verdadeiros monstros podem mudar. Na verdade, não sei se eu posso chamar de crenças, é mais uma esperança minha. O que eu sei é que o mundo vive de mudanças, e eu sempre espero que elas tendam a ser mais positivas que negativas.

borisgroh