terça-feira, 30 de abril de 2024

Os Melhores Filmes de Abril de 2024

Este mês foi uma grata surpresa em relação ao cinema: três filmes ganharam meu afeto e dois deles foram os melhores do ano que vi até agora! Spy × Family Código: Branco é a animação do ano… passado, no caso; estreou em dezembro de 2023 no Japão, mas só chegou agora no Brasil. Contra o Mundo é o melhor filme não animado que eu vejo desde Som da Liberdade e Abigail é o melhor terror que vi este ano. Será que haverá outro que o supere? Abaixo comento porque gostei tanto assim de cada uma dessas obras-primas contando revelações sobre o enredo, ou, como é vulgarmente chamado, spoilers.

Abigail é uma comédia de terror, ou terrir, sobre uma vampira que mata seus sequestradores. O trailer vendeu bem o filme, mas estragou a surpresa de a dançarina sequestrada ser uma sugadora de sangue, o que fez com que eu ficasse um pouco impaciente com a primeira parte do longa, pois há um suspense sobre um assassino estar em meio aos bandidos, no que se descobre que é a “vítima” que está matando seus algozes. Os personagens são bem medíocres, então não dá para sentir nada ao vê-los falecer, com exceção de Abigail, que é um poço de carisma, mas ela sobrevive. Mesmo assim, é uma ação bem divertida, um ótimo entretenimento de atmosfera sombria, embora nada assustador.

É agradável ver um dos sequestradores, o menos pior deles em questão de personalidade, transformar-se em vampiro para pouco depois ser morto pela gostosa do grupo com a ajuda da Abigail. Contudo, não entendi por que, após virar vampiro, ele quis matar a beldade. Digo, eles tiveram seus desentendimentos ao longo da história, mas não vi nenhum motivo para a sede de sangue do novato em chupá-lo. No final, a formosa é a única que sai viva da mansão. Só não gostei disso, o pai da vampira podia tê-la matado sem problema.

Código Branco é o primeiro filme (de muitos, eu espero) da franquia Spy x Family , um desenho que virou febre em 2022, sendo considerado por muitos como o “anime do ano”. Particularmente, minha animação japonesa favorita desse ano foi Orient, mas confesso que a história de uma telepata sendo adotada por um espião e criada por uma assassina me agradou. E ainda melhorou quando um cão vidente foi acrescentado ao elenco. Neste longa, todos os personagens da série aparecem e são bem tratados; a participação de cada um é esplêndida, mesmo as mais breves. A trama é bem escrita e tem uma boa reviravolta no final, a qualidade da animação é perfeita, padrão japonês, e a dublagem brasileira é sensacional: destaco do elenco Guilherme Marques, Nina Carvalho, Maíra Paris, Luiz Antônio Lobue, Samira Fernandes, Tatá Guarnieri e Hélio Ribeiro.

O enredo é simples, mas entrega tudo o que eu esperava. Demora um pouco para a ação começar, pois o espectador é apresentado aos protagonistas como se fosse pela primeira vez que ele os viu. Bem, para algumas pessoas, deve ser mesmo, então não me incomodou. Esta obra consegue ser maravilhosa tanto para iniciantes na franquia, como para os veteranos.

Menciono agora um momento inusitado do filme, algo que achei bizarro: o deus cocozito. É necessário contexto para entender: a Anya comeu um chocolate com um microfilme dentro e, portanto, os vilões pensam que quando ela defecar, poderão pegar o objeto; entretanto, depois disso, eles matá-la-ão. Por isso, a telepata fica segurando o cocô e acaba delirando com um reino de banheiros governado pelo deus cocozito. O melhor é que, no final, o microfilme estava o tempo todo preso no dente da Anya! Foi hilário.

Por último, comento sobre Contra o Mundo: fui vê-lo principalmente porque o protagonista é dublado pelo Reginaldo Primo, um dos meus dubladores favoritos. E o filme foi muito melhor do que eu esperava! O personagem do Reginaldo, que não tem nome, mas é chamado de garoto, é treinado por um xamã para matar uma ditadora que matou sua família. Nesta comédia de ação, há coreografias de lutas divertidíssimas, muita ação e violência e personagens muito carismáticos. Tem muita pancadaria, mas o ritmo frenético e as piadas não deixam o longa ficar chato, como ocorre em John Wick 4, por exemplo.

Uma das piadas é o protagonista não entender o que um parceiro fala, pois o herói da história é surdo e mudo. Outro aspecto relevante é o fato de ele alucinar com a irmã que ele pensa estar morta. Mas o que eu não esperava é a genial reviravolta de que foi o garoto que matou a família do xamã e este fez lavagem cerebral nele para que o garoto pensasse que a ditadora não era a mãe dele! É revelado que a irmã está viva e virou uma linda mulher, então ela une-se ao irmão para matar o xamã e, depois de uma intensa luta, os irmãos saem extremamente feridos, mas vitoriosos. É um final emocionante, lindo mesmo.