sábado, 29 de junho de 2019

Prazer Culposo

Outro dia, eu tive um sonho estranho.

Estava em um local com várias lojas, mas não parecia ser um shopping, e eu me deparei com um carrinho de pipoca. O estranho é que começaram a aparecer pintinhos que foram direto para as pipocas. Estavam comendo tudo, e o dono do carrinho obviamente ficou irritado, pois o seu meio de subsistência estava prejudicado. Mas o que me chocou é que ele sacou uma pistola e atirou nos filhotes de galinha bem no peito. Foi uma cena horrorosa, um por um, ele apontava a arma no peito dos bichinhos e atirava. Mas o pior veio depois: o pipoqueiro pegou o resto mortais dos franguinhos e os empanou. E não parou por aí, pois logo ele estava dando os frangos empanados de brinde para quem comprasse um saco de pipoca. E o mais bizarro é que eu comprei, ganhei aquela bizarrice empanada, comi e achei bem saboroso. Mas me senti muito mal por saber que estava consumindo o fruto de uma violência tão sem sentido a vidas inocentes que queriam apenas se alimentar.

Talvez eu sonhei isso porque eu sei que de fato há uma violência sem sentido contra a vida de filhotes para que a carne da galinha possa ser vendida.

A história já poderia ter terminado, eu até escrevi a moral dela, mas o meu sonho não tinha terminado. Depois, eu fui visitar duas lojas que pareciam papelarias, mas vendiam alguns livros e quadrinhos. Não lembro se comprei algum, mas certamente fiquei interessado em um. A história finaliza comigo saindo daquele – na falta de um termo melhor – shopping e entrando em um táxi para voltar para casa.