sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Identitarismo: uma Má Ideia, Atualmente santificada

Ou Nenhum Ódio Deve Ser Tolerado

Academicamente chamado de “Política Identitária”, o identitarismo nada mais é que uma distorção de boas ideias. Segundo Helen Pluckrose e James A. Lindsay, a “política identitária é uma abordagem bem diferente do liberalismo universal e, na sua forma de Justiça Social, deriva de uma virada intelectual na academia esquerdista. Desde o fim dos anos 1960 até meados dos anos 1980, alguns intelectuais de esquerda de várias disciplinas tiveram uma desilusão com o marxismo e teorizaram um modo radicalmente diferente de ver a sociedade. […] Esse novo modo de pensar se enraizava no construtivismo social, a ideia de que o conhecimento não é descoberto, mas fabricado pelas pessoas na forma de discursos — formas de se falar sobre coisas. O conhecimento é construído, diz a tal teoria, a serviço do poder e, portanto, perpetua a desigualdade. Sob essa abordagem, todas as metanarrativas dominantes — grandes explicações abrangentes de como entendemos o mundo — devem ser desmanteladas, incluindo a ciência e a razão. Dessa forma, o conceito de conhecimento objetivo, acessível a todos, é negado porque é impossível separá-lo da subjetividade e da perspectiva pessoal.”

O identitarismo – ou “lacração”, como vulgarmente chamado – precisa ser entendido corretamente para que novos adeptos não sejam atraídos pela sua falsa moral e racionalidade, por isso monto este texto, que é simplesmente uma introdução ao tema, pois não pretendo me aprofundar nele, apenas citar trechos de textos que recomendo de bons críticos a essa política e fazer modestos comentários a respeito.

No texto A política identitária não é uma continuação dos movimentos por direitos civis, pode-se entender melhor os problemas desta abordagem. Reproduzo abaixo uma lista com uma síntese deles, mas reitero a recomendação do texto completo, um artigo científico facilmente compreensível.
  • Epistemológicos: Ela depende da altamente duvidosa teoria construtivista social e por isso produz leituras fortemente enviesadas de situações.
  • Psicológicos: Seu foco único na identidade é divisivo, reduz a empatia entre os grupos e vai contra intuições morais fundamentais de justiça e reciprocidade.
  • Sociais: Ao falhar em defender princípios de não-discriminação com coerência, ela ameaça enfraquecer ou destruir tabus sociais contra julgar as pessoas por sua raça, gênero ou sexualidade.