sábado, 2 de novembro de 2024

O Cabeça de Abóbora


Pumpkin Jack foi uma grata surpresa. Interessou-me depois de ver que estava com um preço bom na Playstation Store e de assistir a um vídeo da jogabilidade dele. Contudo, quando fui jogar, de fato, a obra, a experiência foi melhor do que eu esperava! Lembra bastante um jogo de PS1, mas com gráficos melhores e legendas em PT-BR; há uma narração em inglês, mas não me incomodou. É do meu gênero favorito: plataforma 3D; o jogador precisa atravessar obstáculos pulando, batendo em itens do cenário e lutando contra inimigos, entre outras peripécias.

Aviso: este texto contém revelações sobre o enredo.

A história é muito divertida: o protagonista é o Mítico Lorde Abóbora que está a serviço do Diabo para derrotar o bruxo herói da humanidade; todavia, apesar de ele ser o vilão, tudo é tratado na maior gozação, uma ótima comédia com muitas piadas engraçadíssimas e até metalinguagem e quebra da quarta parede. A parte que eu mais ri foi quando um casal de bruxos engana e sequestra Jack, e seu amigo corvo, na tentativa de dissuadi-los, diz para eles não fazerem nenhum feitiço com o cabeça de abóbora; no que a bruxa responde que não planejam fazer feitiço nenhum, eles são veganos e a cabeça do Jack é o jantar deles! E o marido dela ainda indaga para o corvo como é difícil encontrar almas numa dieta vegana!

Pumpkin Jack tem várias qualidades: um detalhe que adorei é que, ao bater numa vela acesa, juntos com itens do cenário que dão vida, o Jack é atingido pelas chamas e sofre dano. Outro pormenor é que, na última fase, o Papai Noel, símbolo do bem, é um capitalista trabalhador, e o Jack, que condena o mundo à danação, debocha dele por isso. Amei a trilha sonora do jogo, é bem variada, sombria e extremamente confortável. Talvez até relaxante e empolgante a depender da fase. Outra qualidade do jogo é ter frases engraçadas ao morrer. A que eu mais gostei foi a “O mundo foi salvo x vezes… Buuu!”, sendo “x” o número de vezes que o jogador morreu.

Mas, como nada é perfeito, há um erro ao jogar o início da fase, pois aparece na tela que está salvando, mas, ao sair, quando retorno, a quantidade de itens que coletei está zerada, isso influi diretamente na platina. Foi o primeiro jogo que platinei no PS5, mas teve suas dificuldades; uma delas é que não dá para reiniciar a fase se o jogador perder uma caveira, terá de ir até o fim, derrotar o chefe do nível de novo para, depois, ir ao menu principal e selecionar o início do estágio.

O último chefão, o bruxo, foi o mais difícil do jogo, assim como o minijogo do Papai Noel; em contrapartida, a última fase foi a mais fácil em termos de encontrar as caveiras de corvos. Após enfrentar o bruxão, Jack absorve os poderes dele e vira um deus maligno que nem o diabo pode mais controlar, assolando a Terra para sempre. Um final satisfatório, condizente com o início e meio.

Agradeço ao Nicolas Meyssonnier, criador desta obra-prima. Só senti falta de encontrar uma mídia física para ter na minha estante. De resto, foi uma experiência magnífica.