terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Festival de Cinema Francês 2024

Eu adoro o cinema francês, já tive o prazer de assistir a vários filmes desse país e eles costumam ser ótimos, então não tive dúvidas em assistir a alguns dos filmes recentes e a um clássico da França. Comentarei sobre eles logo abaixo.

O melhor filme francês deste ano não poderia ser outro senão O Conde de Monte Cristo! Acho que foi o melhor filme não animado vi que em 2024. O animado foi Look Back. Mas, voltando à adaptação do livro de Alexandre Dumas que eu ainda não li, foi uma experiência esplêndida ver um épico histórico de traição e vingança no cinema. E olha que eu nem gosto muito de histórias de vingança. O único incômodo foi a trilha sonora, estava alta demais; no mais, foi uma película perfeita. Atores, roteiro, efeitos especiais, figurino, tudo estava impecável! Se o Oscar fosse justo, O Conde de Monte Cristo ganharia um prêmio.

Daaaaaali! foi meu segundo favorito do festival. Foram cinco atores só para interpretar o protagonista do filme! E a maioria foi exímia em retratá-lo como o excêntrico que ele era! Este longa foi a melhor comédia que vi no cinema em 2024, sem dúvida! O roteiro ia e voltava em várias situações absurdamente surreais, assim como as pinturas de Salvador. As falas dele eram uma mais engraçada que a outra. A trilha sonora foi perfeita, bem marcante. O único defeito da película foi a personagem de Anaïs Demoustier, que não me convenceu. Mas não desmereço a atriz, porque ela estava perfeita como a Mercedes de O Conde de Monte Cristo. Sim, ela participa de dois dos meus filmes favoritos do ano. Quentin Dupiex está de parabéns pelos roteiro e direção! Foi uma grata surpresa, não esperava gostar tanto. Uma das qualidades da escrita dele foi a utilização da metalinguagem. Espero poder rever esta obra-prima francesa dublada. Ou legendada, mesmo, ao adquirir uma mídia física dela.

A Favorita do Rei eu quis ver só por causa do Johnny Depp e me surpreendeu pela qualidade da direção. O roteiro também é ótimo, mas a direção é maravilhosa! Mais surpreendente que isso foi descobrir que a atriz principal é a diretora deste belo filme! Maïwenn está de parabéns, embora eu acredite que seria melhor ter uma mulher mais bonita que ela como a protagonista. Achei-a com cara de cavalo, não me convenceu que ela encantasse tanto assim o rei de Depp. Apesar disso, foi muito divertido ver as situações de quem nasceu na pobreza numa vida de luxo da realeza. A história começa como comédia, mas termina como um drama bem triste, porque ocorre a maldita Revolução Francesa no final.

Em quarto lugar, temos o ótimo O Último Judeu, um misto de drama e comédia que retrata a recente volta do antissemitismo na Europa e os perrengues que um jovem adulto precisa lidar. O protagonista e sua mãe são ótimos e convincentes, e suas dificuldades por serem judeus no atual cenário da França é digno de pena. Mesmo assim, Bellisha enfrenta tudo com leveza e bom humor. É um típico jovem da atualidade, é fácil conectar-se a ele.

O penúltimo lugar eu dou a O Sol por Testemunha. É um bom filme, típico de 1960, com bons atores e uma boa direção, mas não me encantou muito. Foi uma ótima experiência vê-lo no cinema, pois amo filmes antigos, mas este em especial não me marcou. Não teve nenhum defeito perceptível, mas coloco-o nesta posição por os quatro longas acima serem acima da média.

Em último lugar, O Segundo Ato. Longe de ser um filme ruim, ele só está nesta posição porque eu esperava muito mais dele. O argumento é genial, mas a execução não muito. Os atores são perfeitos, mas o roteiro deixou a desejar, principalmente na parte final da película. Começa muito bem, com um humor ácido e “esquerdisticamente incorreto”, todavia, quando a terceira camada dos personagens é revelada, há um enfado contemporâneo. O engraçado disso é que este longa é escrito e dirigido pelo mesmo diretor e escritor de Daaaaaali!, ou seja, não dá para acertar sempre. E também é uma boa piada em relação às expectativas: o que eu esperava pouco, entregou-me muito e o que eu esperava muito, entregou-me pouco. Fazer o quê? C'est la vie.