quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O Segredo de Nick

Este é um Simples Comentário, para saber mais, leia a introdução.

No Good Nick
2019
EUA
A vida de uma família vira do avesso quando uma jovem trapaceira aparece à porta afirmando ser uma parente distante.


Quatro Estrelas e Meia
Maravilhoso, mas poderia melhorar em certos aspectos.

💕

É, no mínimo, curioso que as melhores séries originais da Netflix sejam em sua maioria menosprezadas. No Good Nick é uma delas. Uma série leve e divertida, que trata de assuntos pesados como desigualdade social e as crueldades que pessoas normais podem fazer para se beneficiar. Excetuando o pai da Nick, não há heróis ou vilões nesta série, mas pessoas normais que, com medo do futuro, realizam ações detestáveis. Apesar de ser uma comédia de situação, No Good Nick sabe como fazer um drama tão bom que faria escritores de várias séries dramáticas se envergonharem por sua incapacidade de escrita.

A primeira temporada desta série é bem normal, com um destaque aqui e ali, mas já dava para perceber o potencial da segunda temporada. E mal eu vi os primeiros episódios desta, que pude perceber evoluções de personagens e de enredo impressionantes! Se eu torcia sempre para a Nick ser desmascarada e arcar com as consequências de seus atos na temporada que estreou em 15 de abril de 2019, nesta que estreou em 5 de agosto do mesmo ano, eu consegui entender melhor a situação da personagem e o que levou ela a fazer tanta besteira. Alguns episódios que contam com lembranças da garota até me fizeram esquecer que o pai dela é o vilão da história.

No fim, esta série é sobre aceitação e perdão. Sobre injustiças. Sobre constatar que nem sempre a família de sangue é a melhor família que uma pessoa pode ter. No Good Nick demonstra como a vingança não faz bem a ninguém, e que perdoar sempre é o melhor caminho a trilhar. O roteiro extremamente inteligente da série até lembra o Dr. Who de Steven Moffat por sinalizar que ele seria mais uma narrativa de “estupro e vingança” para, em episódios posteriores, explicar claramente que essa narrativa é totalmente descartável, pois o seu fim nunca pode ser bom. No Good Nick utiliza a técnica de “substituição narrativa” para isso, muito bem explicada pelo Darren.

Por último, devo elogiar a soberba versão brasileira da série, com grandes nomes como Peterson Adriano, Guilene Conte, João Cappelli, Ana Elena Bittencourt, Helio Ribeiro, Fabrício Vila Verde, entre outros. Só reclamo que o título da série não teve sua versão brasileira... mas teve uma versão portuguesa! Não consigo entender o problema da Netflix em traduzir os títulos de suas produções originais, principalmente para o Brasil.

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