terça-feira, 30 de maio de 2023

Os Irmãos Mario

Este é um Simples Comentário, para saber mais, leia a introdução.

Super Mario Bros. - O Filme

2023

EUA e Japão

Mario é um encanador junto com seu irmão Luigi. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela princesa Peach, mas ameaçado pelo rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares.

Quatro Estrelas

Ótimo filme, mas podia ser melhor

💕

Eu nunca joguei Mario. Digo, não como tantas outras crianças. No PS2, eu comecei a jogar Super Mario World e em pouco tempo parei. Não era o meu tipo de jogo. No entanto, cresci assistindo a vídeos e lendo comentários sobre os jogos do encanador. Não deixo de sentir certo afeto pelo personagem, muito embora eu prefira seu rival, Sonic, o ouriço. Este que teve dois filmes medianos, mas divertidos. Mario teve mais sorte: em vez de live action com animação, teve uma animação completa. Claro, não podemos esquecer do trágico filme de 1993, mas este texto refere-se ao filme lançado exatos 30 anos depois.

A dublagem brasileira é maravilhosa, temos Raphael Rossatto como Mario, Manolo Rey como Luigi e Marco Ribeiro como o Rei Pinguim, só para citar nomes conhecidos. Raphael dubla o duque Noah de Como Raeliana Foi Parar na Mansão do Duque. Manolo é conhecido por dublar o Sonic em várias obras. E Marco dublou o protagonista de In Another World With My Smartphone, infelizmente só na primeira temporada.

Aviso: este texto contém revelações sobre o enredo.

A história começa e termina nos EUA. O que, para mim, foi decepcionante já que o personagem é um italiano criado por um japonês. Mas isso não tira o mérito do longa-metragem. Do início ao fim percebe-se o quão caprichada é a técnica de animação utilizada. Tecnicamente, é um filme perfeito. O roteiro deixa um pouco a desejar, mas a arte, o ritmo frenético e o humor compensam. Voltando ao começo, a família de Mario e Luigi é apresentada, algo que eu nunca tinha ouvido falar, dir-se-ia que os irmãos eram órfãos até onde eu sabia. E outra decepção foi que o sobrenome Mario não é mencionado, um ponto positivo da obra de 1993.

Após uma célere briga com um valentão e a tentativa de conserto de canos em uma casa nobre, Mario entristece-se ao se ver como um fracasso. Até ver na TV que uma inundação pode alavancar a carreira dele e de seu parceiro medroso. Eles entram no esgoto para ver o que podem fazer e ambos entram pelo cano e saem em um mundo de fantasia. E é aí que o filme realmente começa!

Enquanto Luigi acaba caindo nos sombrios domínios do Bowser, o rei dos Koopas, estes que basicamente são tartarugas antropomórficas, Mario vai parar no reino dos cogumelos - que, nesta história, ele detesta consumi-los -, onde se depara com o carismático Toad, cujo tempo de tela é menor do que ele merecia. E a versão brasileira não teve tanta liberdade como neste desenho.

Mario, querendo ajudar seu irmão, pede a ajuda ao Toad que diz ser melhor procurar a princesa Peach. No permeio de sua ida ao castelo, vemos diversas referências à franquia Super Mario, inclusive uma loja de cartuchos, as fitas predecessoras aos discos, e a frase "A princesa está em outro castelo." dita por um guarda do castelo. Encontrando-se com a princesa, ela concorda em aliar-se ao encanador bigodudo; mas, para isso, ele precisa treinar em um campo de testes que retrata fielmente uma fase de um dos vários jogos dele. Aqui, é reafirmada a determinação do personagem, assim como ao longo do filme, pois ele percorre o percurso várias vezes até conseguir completá-lo, sendo elogiado pela princesa ao fazê-lo, ao que ela admite que ela própria também precisou treinar muito para conseguir.

Enquanto isso, Luigi está preso nas trevas com zumbis tartarugas perseguindo-o. Ele entra em uma mansão - uma referência a um jogo dele - e logo depois é capturado pelo Bowser, que revela querer casar com a Peach. Um motivo adequado para um vilão infantil, que depois ainda revela querer que outras pessoas sofram como ele sofre. Um sentimento compreensível, mas não justificável. E é bom para as crianças perceberem isso.

Antes de continuar a história, devo dizer que a trilha sonora é maravilhosa. Encantou-me não só temas dos jogos que foram inseridos como também clássicos como Take On Me e Holding Out for a Hero. Minha ressalva recai apenas para as músicas cantadas pelo Bowser. São horrorosas.

Depois, Mario e a princesa vão em busca do rei macaco para pedir ajuda ao exército dele. É então que o Donkey Kong aparece, filho do rei e presença no primeiro jogo do Mario. O encanador e este símio lutam, Mario, com potencializadores, desfruta de poderes derivados dos jogos e vence, fazendo com que o rei concorde em lutar contra o Bowser. Para tal, os macacos constroem karts para todos ali, personalizados para cada um. Mas, quando estão indo enfrentar o vilão, seus capangas aparecem e acabam com a maioria dos macacos. Até o Mario e Donkey Kong são derrotados, mas sobrevivem. Fato que a Peach desconhece, por isso vai correndo de volta ao reino dos cogumelos onde Bowser a está esperando. Ele diz que poupará a todos se ela casar-se com ele.

Eu pretendia contar detalhadamente o filme todo, mas seria enfadonho demais, então resumirei o resto: Peach finge aceitar o casamento com Bowser, mas, assim que sobe no altar, enfrenta-o e diz que era mentira, que disse o que disse só para libertar seu reino e outros presos, dentre eles, o Luigi. Mario aparece com Donkey Kong e, junto com ela, consegue salvar seu irmão. Uma pena que a vítima não foi a princesa, como nos jogos, seria uma grata surpresa se fosse, mas quem escreveu o filme não teve essa coragem. Continuando, por uma conveniência do roteiro, um cano suga todos ali envolvidos na briga para os EUA, Luigi toma coragem inspirado pelo irmão e ambos derrotam o Bowser usando uma estrela que dá invencibilidade aos usuários, igual aos jogos. A família dos dois orgulha-se deles, pois viram tudo, e os irmãos terminam voltando ao mundo de fantasia.

Na primeira cena pós-créditos, aparece o Bowser preso cantando outra música pavorosa. Na segunda, o suposto ovo do Yoshi choca, dando uma pista de quem pode aparecer num provável segundo filme. São duas cenas dispensáveis, não vale a pena ficar vendo os créditos por elas. Eu fiquei de besta.

No final, é um filme divertido para toda a família, para os que jogaram ou não Super Mario Bros. Não é nenhuma maravilha, não tem um roteiro mirabolante, como deu para perceber, mas é bem-feito e uma ótima distração para quem gosta de fantasia e aventura. Lembra até um pouco um filme da Disney, quando ela não estava nesta atual fase de decadência. Perto das mediocridades desta empresa e de outras produções estadunidenses, filmes como o deste comentário, que não foi tão simples assim, merecem a fama e o reconhecimento que receberam. Dreamworks é um ótimo estúdio de animação, mas a Illumination Entertainment tem mostrado-se como a melhor empresa de animação estadunidense da atualidade por filmes como este. E que venha a sequência!

P.S.: Esqueci de mencionar que, em uma parte do filme, a princesa fala aos seus súditos que é necessário salvar o Mario e todos se calam. Seria genial se alguém perguntasse "Que Mario?" nesse momento! Infelizmente, ninguém se pronunciou, mas era evidente que só a princesa conhecia o Mario.