sexta-feira, 1 de março de 2024

O Menino, a Garça e os Hashiras

Em 22 de fevereiro de 2024, no Brasil, estrearam O Menino e a Garça e Kimetsu no Yaiba - Para o Treinamento dos Hashiras; bem como O Jogo da Morte, um terrir maravilhoso, muito divertido mesmo. Mas, neste comentário, focarei nas obras japonesas. Aproveitei a primeira Semana do Cinema do ano com o objetivo de obter os ingressos que custaram apenas 12 Reais cada. Agradeço a todos os envolvidos.

O filme do Menino é do Hayao Miyazaki, roteirista que já me agraciou com as obras-primas O Mundo dos Pequeninos e O Serviço de Entregas da Kiki, mas que inclusive fez o horroroso A Viagem de Chihiro. Também gostaria de mencionar O Reino dos Gatos, meu preferido, mas não é obra dele, embora seja do estúdio desse diretor. Mas, indo ao que interessa, O Menino e a Garça é ótimo; com animação perfeita num belíssimo 2D e história razoável, ele conta a história de Mahito que perde a mãe e vai morar com a tia, onde encontra uma garça de outro mundo; por fora, ela é igual às do nosso mundo, mas, por dentro, tem um homenzinho com uma nareba gigantesca. O drama é bom, os personagens são agradáveis, a trilha sonora não incomoda e a dublagem brasileira é maravilhosa. Só não digo que o filme é outra obra-prima por seu enredo caótico: tudo começa bem, mas, assim que a garça leva Mahito para o outro mundo, as coisas desgringolam. O que me confortou é que, no final, tudo é explicado, do jeito mais fantasioso possível, mas que não atrapalha a experiência do expectador.

O final lembrou-me Suzume, que é bem superior em termos narrativos. Outra cena marcante é com o pai do protagonista que confunde seu filho com um periquito, ri muito.

Sobre Kimetsu no Yaiba, uma fantasia mais madura, só teve um defeito: a plateia. Assim como O Menino e a Garça, tinha umas crianças que não paravam de falar ao decorrer do filme, que falta de respeito. E nem era adequado estarem lá, Kimetsu é para maiores de 16 anos! Fora isso, só tenho elogios. Animação impecável, personagens bem escritos, trilha sonora linda e cenas emocionantes e divertidas. Assim como no ano passado, foram exibidos o final da temporada anterior e o início da nova. Foi soberbo rever o Tanjiro derrotar um oni superior e a Nezuko conquistando o sol na telona, uma experiência fantástica! Foi igualmente maravilhoso ver o primeiro episódio da temporada que estreia em abril, com os personagens recuperando-se na Mansão Borboleta e a volta do cabeça de javali Inosuke e do sentimental e hilário Zenitsu. Destaco duas cenas marcantes de ambos: a que o loiro encontra a Nezuko pela primeira vez sob o sol e fica todo vermelho e a que o musculoso descamisado quebra a janela de onde está o Tanjiro na cama e faz uma entrada triunfal. Lembro-me que Inosuke também fez algo parecido antanho, ficando grudado no teto até perceberem-no. Amo esses personagens, senti falta deles durante o arco da vila dos ferreiros.

Ademais, é importante mencionar o encontro dos hashiras, os espadachins mais poderosos da série, planejando um treino a fim de os mais fracos estejam preparados com intenção de enfrentar o vilão da obra. Eu só não entendi como dois deles ganharam uma marca especial na luta do arco citado acima; a hashira do amor tenta explicar, mas sem sucesso; contudo, é apropriado desculpá-la por tanta fofura da parte dela. Um outro parece mais bem sucedido na explicação que o resto do grupo parece entender, mas eu fiquei boiando. Além disso, foi ótimo rever o hashira aposentado dublado pelo Clécio Souto fazendo um pré-treino. Aliás, a dublagem brasileira é perfeita, com alguns dos meus dubladores favoritos, como Daniel Figueira, Isabella Guarnieri, Erick Bougleux, Patt Souza, Tatiane Keplmair, entre outros!

Foram três estreias esplêndidas, espero que haja mais Semanas do Cinema este ano com o intuito de eu aproveitar o precinho e ver obras monumentais como estas. Em abril estreia SPY X FAMILY CÓDIGO: Branco nos cinemas brasileiros. Será que haverá outra promoção? Mesmo que não haja, assistirei ao longa-metragem e escreverei minha opinião.