quinta-feira, 18 de março de 2021

Renata Agressiva

Este é um Simples Comentário, para saber mais, leia a introdução.

Aggretsuko
2019 – presente
Japão
Comédia, Drama e Musical
Retsuko é uma panda-vermelho antropomórfico, de 25 anos e solteira, que trabalha no departamento de contabilidade de uma trading japonesa. Enfrentando frustração constante todos os dias de superiores insistentes e colegas de trabalho irritantes, Retsuko deixa suas emoções ir a um bar de karaokê todas as noites e cantar death metal. Após cinco anos de trabalho na rotina diária, seu relacionamento com seus colegas de trabalho está começando a mudar, abrindo-se de maneiras que podem mudar sua vida para melhor... ou para pior.

Cinco Estrelas
Os poucos defeitos que existem não me incomodam

💕

Esta é uma série animada diferenciada. E não digo isso por ser uma animação para adultos com bichinhos fofinhos representando humanos. Podia até ser. Mas seu diferencial é outro: ser um desenho animado japonês de comédia que não tem conotação sexual. Eu nem imaginava que isso existia!
Aggretsuko é um desenho maduro, inteligente, engraçado e não se rebaixa ao nível da baixaria de outras obras do gênero. Mudando de assunto, “Aggretsuko” é uma junção do termo “Aggressive Retsuko”, que, em português, seria algo como “Renata Agressiva”. Por isso, chamarei a Retsuko de “Rê” a partir daqui. E a Fenneko, minha personagem favorita da animação, poderia ser chamada de Fernanda se o desenho fosse brasileiro. Chamá-la-ei carinhosamente de “Fê”.
"Eu quero ir pra casa!"
A primeira temporada é fraca, apesar do foco nos personagens e excelentes diálogos. Ela é fraca porque a história é. A segunda temporada que já começa bem, com os personagens já desenvolvidos com clara evolução em relação aos acontecimentos da temporada anterior. Lembra-me até Coisas Estranhas, em que o mesmo ocorre. O foco ainda é no protagonismo da Rê, embora a 2ª temp. dê mais espaço aos demais personagens, até incluindo novos. Tudo muito bem escrito. O roteiro deste desenho animado é primoroso.
A Fê mandando a real para a Rê.
Nessa segunda temporada, a Rê finalmente deixa de lado o karaokê, ou, mais especificamente, o Death Metal, gênero musical que detesto. Irrita-me e me dói profundamente ouvir esse barulho infernal que alguns chamam de música. Mas eu posso abaixar o som a qualquer momento, então isso não é um grande problema desta série. O importante é que a querida pandinha laranja começa a lidar com os seus problemas, apesar do medo e de ter muitas dúvidas. Essa é outra grande qualidade deste desenho: a identificação com os personagens.

Não só os personagens são facilmente identificáveis conosco com gente que conhecemos, mas a história transmite ensinamentos valiosos para nós como indivíduos. Aggretsuko não é só uma série muito fofinha e engraçada, como também filosófica que pode trazer questionamentos pessoais a quem a assiste. “O que eu quero para a minha vida? Existe um amor romântico ideal?” são perguntas que pode brotar da mente dos espectadores mais jovens. E até dos mais velhos.
A Fê rindo. Coisa mais fofa!!
Enfim, comentarei um pouco sobre a terceira e - até a data em que este Simples Comentário foi publicado - melhor temporada (o que também me remete à série Coisas Estranhas): tudo que foi apresentado nas temporadas anteriores foi melhorado. A Fê e o bunda-mole do Haida têm mais destaque e cada diálogo dos dois é perfeito, num misto de drama e comédia muito bem equilibrados. Personagens chatos, mas já bem explorados, são deixados de lado, como o chefe Porcão. Por outro lado, um personagem inútil como o seu puxa-saco tem uma boa reviravolta. Este desenho é genial.
Haida recebendo um "tapa na cara" da waifu.
O drama também é elevado nesta temporada, com assuntos realistas como o de crise existencial e erros que exigem ressarcimento financeiro sendo abordados. A Rê tem um trabalho que não a paga bem e começa a fazer um bico para compensar, além de começar a publicar vídeos na internet para ganhar dinheiro com anúncios. O desenvolvimento dos personagens está ainda mais profundo agora.
A Fê me representando.
Acontecimentos da temporada anterior influenciam nesta de forma orgânica e bem escrita. Além de novos e sempre carismáticos personagens serem apresentados. E esta 3ª é uma temporada cheia de reviravoltas, não se restringindo ao puxa-saco. Não entrarei em mais detalhes, recomendo a todos que leram este meu Simples Comentário que assistam à série. E termino desejando que a quarta temporada seja tão boa ou melhor que esta. Assim como desejo o mesmo para Coisas Estranhas.
A chata da Tsunoda abusando da Fê.
Por último, não posso deixar de elogiar a versão brasileira de Aggretsuko. Sem mais delongas, vamos aos dubladores: Agatha Paulita, com sua voz fofinha, dubla nossa querida Rê. Eu amo essa voz, e, por increça que parível, ela é a voz original da bruta da Mônica em Turma da Mônica Jovem, animação cujos alguns episódios eu vi no cinema, em um especial do Cinemark. Vi com minha mãe e adorei. Tarsila Amorim dubla magistralmente a minha amada Fê. Tarsila dublou a protagonista de um clássico da minha infância: O Show da Amanda. Diego Marques dubla o bunda-mole, mas também já dublou o Max, filho do Pateta, em Aconteceu no Natal do Mickey. Shallana Costa dubla a sábia Washimi. Shallana me marcou por dublar a Madame Vastra em Dr. Who. Adriana Pissardini é a dubladora da Gori. Adriana tem dois trabalhos que eu amo: a Zecora, de My Little Pony: A Amizade é Magica, e a Clover de As Três Espiãs Demais. Marco Aurélio Campos dubla um personagem que quase não aparece, mas como eu amo o trabalho dele, resolvi incluí-lo aqui. É o Ookami, que tem a aparência de um lobo-guará! Eu amo esse bicho. Marco também é famoso por dublar o pior Doutor de Dr. Who, interpretado pelo péssimo David Tennant. Mas Marco Aurélio Campos é um dublador tão excepcional que consegue interpretar o Doutor mil vezes melhor que o próprio David.