domingo, 11 de fevereiro de 2024

O Mal que Nos Habita

Este é um Simples Comentário, para saber mais, leia a introdução.

Cuando acecha la maldad

2023

Argentina

Em uma cidade remota, dois irmãos encontram um homem infectado pelo diabo prestes a dar à luz a própria doença. Eles decidem se livrar do homem, mas só conseguem espalhar o caos.

Uma Estrela e Meia

Ruim, mas podia ser pior.

Eu gosto do cinema argentino e já tive boas experiências com ele, mas O Mal que Nos Habita definitivamente não foi uma delas. Apesar de não ser tão ruim quanto Fale Comigo, também do ano passado, este terror é confuso, tem personagens desagradáveis e falha em assustar. O que, no início do filme, pode parecer interessante, do meio para o final, torna-se cansativo. Refiro-me a todas as características deste longa-metragem, e ponha longo nisso! O que mais se destaca nesta produção é a nojeira, o terror gráfico comumente chamado de “gore”. Tudo é porco neste filme e o roteiro não ajuda, deixando várias perguntas sem respostas. Eu já sabia que era uma fantasia sobrenatural, mas o universo dela é mal construído, pois até a escassa explicação que há não satisfaz.

Aviso: este texto contém revelações sobre o enredo.

Para começar, o protagonista só toma decisões erradas do começo ao fim e leva o mal aonde vai. Pedro é o típico personagem burro de filme terror sempre fazendo o que lhe é dito para não fazer. Inclusive, há uma cena ridícula em que o seu irmão Jimi o consola dizendo que ele fez o que era certo; o protagonista chorando arrependido de seus erros e o irmão falando que não é culpa dele! Até a ex-esposa que reclama dele comete os mesmos erros. A única personagem sensata é a Mirtha, uma viúva de pastor que compensa suas fraudes religiosas ajudando os outros. Ela dá algumas respostas às dúvidas do espectador, mas, mesmo assim, não satisfaz. Pedro pergunta a ela por que o mal o seguiu e não a ela, e Mirtha só responde que ele tem medo e ela não! Explicação simplória. Nem para dizer que "o mal sente o cheiro do medo" ou semelhante, pelo menos, assim, teria um respaldo científico, por mínimo que fosse.

O pouco que se salva da trama é a crítica à burocracia no papel do prefeito ineficiente e as crianças mentirosas que ajudam o possuído. Mirtha fala a Pedro para ele não confiar nas crianças, mas o que ele faz? Acredita em uma e sai de perto da Mirtha, o que dá brecha para os capetinhas matarem a melhor personagem do filme! No final, até canibalismo há por parte do filho autista de grau severo de Pedro, algo que podia ter sido evitado se ele fosse exorcizado logo depois que a Mirtha o diagnosticou como possuído.

Também chamaram o possuído de apodrecido, que é um termo mais condizente com o estado dele. Não só do personagem, aliás, como de O Mal que Nos Habita por inteiro. Eu prefiro filmes como A Freira 2 e A Morte do Demônio: A Ascensão que são muito mais limpinhos e com roteiros coesos.